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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Passagem sobre um dia qualquer a passar.


Diga-se de passagem
Mas tudo passa
Tudo para em algum momento
Tudo passa
A passos firmes
Em uma estrada torta
Eu passeio
Tudo para
Olho novamente
E me sinto passageira
Parada enquanto o ônibus anda
Eu paro
Ele passa
E as pessoas são passageiras
Eu passo
Sou passageira
Paro para contemplar
O Tempo passa e me leva
E neste momento,
O Universo passando,
Eu sentindo-me passageira
E o tempo a parar.

O dia tranquilo da salvação extraterrestre.


Gosto dessa tranquilidade que se tem
Logo após uma tarde dormida
Sem academia
E com a cabeça pensando tanto
Que nem tempo para o tédio se dá
Se há tempo ainda....
Misturo o lugar comum
Com a beleza passageira
Não há nada demais
Há algo a mais no ar
Quando se respira fundo
Antes de mergulhar
Meio mundo girando
O restante parado, esperando
Alguma nave extraterrestre
Que poderá nos salvar.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sou à toa.

Estava deitada
E chegou até mim a ideia:
Poesia que nasce e morre no pensamento
Poesia que passa a ser nada.

São dias iguais
Que confundem o objetivo
E o objeto passa a ser supérfluo
Desde o dia da sua projeção.

Eu sou à toa, mas nem deveria ser
Eu tenho medo, mas nem deveria ser
E sou também a vaidade
Que eu nem deveria ter.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Não é isso que importa...

... Ordem imposta
Limite limitado
Não é isso que faz sentido:
Viver por viver
Respirar sem motivo
Não é isso que estranha:
Andar na rua sem olhar para os lados
Imaginar que está em um cavalo alado.

sábado, 13 de outubro de 2012

Estranha

E eu pensando que era estranha
Descobri que melhor ser estranha
Do que não ser 
Nada pode ser
Maior que a falta de estranheza
Deste mundo tão vulgar
Eu pensando
Descobri o que era
E o que já não poderia ser
Embora fosse ao longe,
O sol do horizonte só gerava sombra
E eu me deliciava na sombra
Luz cega mais do que a escuridão
Luz faz parte de outra coisa
E ainda prefiro o que é estranho
Que me induza a descobrir
Mesmo que inútil
O sentido que em algum lugar
Deve resistir.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Universo Paralelo


Acordei em um Universo Paralelo
O chimarrão estava pronto
E a canção que tocava
Falava sobre acordar cedo,
Chimarrão e leveza
E eu me sentia leve
Pronta para qualquer aventura
Pronta para voltar
O mundo pode ser grande
Questão do ponto de partida
Do ponto até onde
A visão alcançar
O que pode ser
O que de fato será
Qualquer Universo Paralelo
Pode nos salvar
Não sabemos se é pecado pedir,
Se é proibido implorar
Só imaginamos o oposto
O gosto bom
Do tempo gasto
Que não teremos que pagar.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pensando o sentido: religião e vegetarianismo.


Nasci no sul do Brasil, uma região que tem como comida típica o churrasco. Por muitos anos segui essa tradição sem jamais pensar ou me questionar sobre o assunto.
No final de 2010, li uma reportagem sobre Paul McCartney que falava sobre seu vegetarianismo. Dias após, encontro frases de vegetarianos famosos falando sobre o assunto, incluindo Rita Lee. Na época, eu era devota do bom churrasco todo o domingo, mas fiquei curiosa e me perguntei: o que faz com que essas pessoas não comam carne? Pesquisei sobre o assunto e encontrei vários sites: alguns com informações de menos, outros radicais demais pra quem ainda comia carne e outros que me informaram de maneira equilibrada tudo o que eu precisava fazer. Após ler muito, refleti sobre o assunto. Após refletir muito sobre o assunto, decidi parar de comer carne. Nem se eu quisesse continuar comendo eu conseguiria. 

Com a religião não foi muito diferente, mas foi mais cedo. Eu tinha 10 anos quando a minha mãe começou a ir numa igreja evangélica e me obrigava a ir junto. Eu era uma criança e queria cortar o cabelo, usar qualquer roupa e ouvir o meu rock n' roll, coisas que a igreja proibia. Foi ali que eu comecei a me questionar: "por que eu tenho que deixar o cabelo crescer e usar apenas saia para ir para o céu? Não basta eu ser uma pessoa boa?" Isso me fez ler muito sobre religião, desde os mitos da antiguidade, passando por Idade Média, religiões árabes, hinduísmo, budismo, enfim, tudo o que foi possível. Foram anos lendo, estudando, pensando em todas as contradições, ao mesmo tempo que eu lia e estudava sobre ciências e teorias sobre a formação do Universo e dinossauros e etc. Depois de um tempo, parei de me importar e me declarei agnóstica. Depois de muito tempo sem me importar, sem ir a igrejas, sem rezar e perceber que tudo na vida dava certo, misturando com leituras de Jean Paul Sartre, me declarei ateia. Isso não foi uma escolha, foi uma conclusão, foi uma percepção de que não havia nada superior a mim regendo a minha vida. Tudo que eu precisava para fazer as coisas acontecerem, estavam em mim.

Minha intenção não é fazer com que todas as pessoas do mundo sejam vegetarianas ou deixem de acreditar em deus. Eu apenas gostaria que todos parassem para pensar sobre o assunto. A maioria come carne e vai à missa todos os domingos por não repensar os seus hábitos. A alimentação e a religião fazem parte de uma cultura de séculos e não é da noite para o dia que se tira hábitos tão intrínsecos na nossa sociedade. Nem todos que pararem para ler e pensar nos assuntos, concordarão que não comer carne e não ter religião não é preciso na nossa vida. Eu lhes digo que não faço uso de nenhum dos dois e tenho tudo que preciso.


A intenção é sempre fazer com que as pessoas pensem por elas mesmas. Fazer o que eu acho certo só porque eu acho certo é o mesmo que fazer o que Hitler acha certo só porque Hitler acha certo. A primeira coisa que fez com que eu gostasse de filosofia é justamente esse questionamento, a certeza que cada um pode pensar por si mesmo e chegar às suas conclusões. Talvez eu esteja completamente errada, mas acho que se cada um pensasse por si mesmo, todos chegariam a mesma conclusão: não é ruim que as pessoas acreditem em um deus, o que ferra com tudo é o fato de seguirem uma religião idiota; o problema não é as pessoas comerem carne, mas pensarem que sem carne não vivem, que tem que ter carne em tudo; o problema não é o povo votar, mas é não saber votar, é votar naquele que fala o que eles querem ouvir mesmo sabendo que o cara não vai cumprir.
Quem pensa, não consegue ouvir as músicas de maior sucesso dos nossos dias, não consegue assistir novela, nem muitos filmes que passam por aí. 
O caso é que pensar dói, dá trabalho, trás angustias. Mas é sentindo essas dores e angustias que eu sou livre.