*Livro de
George Orwell, lançado no ano de 1945.
Em uma
fazenda, animais se reúnem para tomar o poder e conquistar a sonhada
liberdade. Queriam ser governados por eles mesmos. Os porcos Napoleon
e Snowball
traçam planos secretos, e num descuido do fazendeiro, expulsam os
humanos de lá. Cria-se um novo Estado, uma nova forma de governar.
No novo mandamento, exalta-se a frase “Todos os animais são
iguais”. Mas não demora muito para que os porcos tornem esse novo
governo tão injusto, corrupto, prisioneiro e explorador como o
anterior. Refazem os mandamentos e declaram:
“Todos
os animais são iguais, mas uns mais iguais que os outros”
Li “A
Revolução dos Bichos” na metade do ano passado, pouco depois de
ter lido pela segunda vez “O Manifesto do Partido Comunista” de
Engels e Marx. Lidos em sequência, deram um impacto no meu
pensamento e pude analisar melhor as coisas.
Quando li
“O Manifesto do Partido Comunista” pela primeira vez, achei
fantástica a forma como Marx analisou a sociedade e me admirei que
os problemas do mundo em 1948 fossem os mesmo do mundo de 2011.
Após ler
“A Revolução dos Bichos” e, logo em seguida, reler “O
manifesto” pude ver as coisas mais reais, mais ao fundo. Marx foi
ótimo analisando a sociedade, mas esqueceu de um detalhe
importantíssimo: o Homem! Pode-se mudar todo o regime, mas se o
SerHumano não mudar a forma de pensar, nada adianta. Foi o que
aconteceu na URSS, foi o que aconteceu na fazenda.
Outro
ponto que passei a pensar e analisar depois dessas leituras, foi de
como o homem escolhe se submeter. Logo no começo do enredo de
Orwell, os porcos decidem que as maçãs que caíram no chão
deveriam ser apenas deles, pois eles têm todo o trabalho mental de
organizar a sociedade. Os demais animais não contestam, aceitam e
acham que é justo.
O
SerHumano sempre teve a opção de escolher. Muitas vezes, escolheu
não escolher. Há quem diga que nem sempre o homem pode escolher e,
de exemplo, citam fatos como a escravidão, a servidão aos senhores
feudais na Idade Média, a ditadura (qualquer que seja ela). Mas o
fato é que, independente da situação, o escravo, o servo, o
proletariado deixou-se dominar pela minoria.
No nosso
tempo, o homem deixa a mídia dizer o que ele deve vestir, ouvir,
usar, pensar, ler, escrever, rever, parar, olhar tudo
superficialmente. A maioria é escrava do seu tempo. Mas o homem deve
superar a si mesmo. Comunistas discordarão, mas o fato é que todos
têm a mesma chance, só esquecem de pensar além.
A
sociedade é feita pelos homens que nela vivem; os homens se
escolhem, se fazem nessa sociedade e moldam o meio. É um círculo
vicioso. É a cobra mordendo o próprio rabo. É o materialismo
dialético do Marx dissolvendo toda a revolução. É contraditório
sim, mas é assim a verdade (não a única verdade, apenas uma
delas).
Filósofos
sempre buscam o que é eterno. E tudo que estudei sobre História,
Filosofia, Sociologia me mostram que a maioria sempre baixou a
cabeça, se submeteu e reclamou. Nada além disso.
Cada um
deve buscar o seu meio de superação. Tentar superar a sociedade, é
perda de tempo.